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A RESILIÊNCIA NA ERA DIGITAL

  • Foto do escritor: Daniela Devides
    Daniela Devides
  • 14 de out.
  • 3 min de leitura

Vamos falar agora deste mundo hiper conectado, com um fluxo constante de informações, comparações sociais e pressões online, nesse contexto diário, surge uma pergunta fundamental: como podemos preparar as novas gerações para navegar nesse cenário complexo, desenvolvendo uma resiliência que lhes permita prosperar?

A era digital, com suas inúmeras possibilidades de conexão e acesso ao conhecimento, também apresenta desafios únicos. Nossas crianças e jovens estão constantemente expostos a padrões de beleza e sucesso inatingíveis, a notícias alarmantes que geram ansiedade e a uma cultura de gratificação instantânea que, muitas vezes, acaba a capacidade de lidar com a frustração e a espera. A tela, que tanto aproxima, pode paradoxalmente afastar, levando ao isolamento e à dificuldade em desenvolver habilidades sociais no mundo real. É nesse contexto que a resiliência, a capacidade de se recuperar e crescer diante das adversidades, se torna uma das habilidades mais importantes para o século XXI.

A Psicologia Positiva não ignora esses desafios, mas foca em fortalecer os recursos internos que permitem a indivíduos enfrentar e superar tais obstáculos. Ferramentas como o otimismo, a gratidão e o propósito são pilares essenciais que, quando cultivados desde cedo, se tornam um escudo protetor para a mente e o coração dos nossos jovens. O otimismo, por exemplo, não é a negação da realidade, mas a crença de que os desafios são temporários e que somos capazes de superá-los, mantendo uma perspectiva de esperança e possibilidades. A gratidão nos reconecta com o que há de bom, ensinando a apreciar as pequenas coisas da vida real em meio ao consumo virtual incessante. E o propósito, um sentido de significado e direção, oferece uma âncora em um mar de informações e distrações, ajudando a criança a compreender seu papel no mundo e a perseguir objetivos que transcendem o "curtir" e o "compartilhar".

Para pais e educadores, a tarefa de fomentar essa resiliência em um ambiente digitalmente saturado exige intencionalidade e estratégias concretas. Uma das primeiras ações é buscar o equilíbrio e o uso consciente da tecnologia. Isso significa estabelecer limites claros de tempo de tela, promover "detox digitais" periódicos e incentivar ativamente atividades offline que envolvam movimento, criatividade, leitura e interação social face a face. Não se trata de demonizar a tecnologia, ela é necessária, mas de ensiná-los a usá-la como ferramenta, e não como fuga ou centralidade da existência.

É fundamental também desenvolver a inteligência emocional das crianças. Em um mundo onde as interações virtuais podem ser superficiais ou agressivas, é vital que saibam identificar e expressar suas emoções, bem como compreender as emoções alheias. Conversas abertas sobre o que veem e sentem online, a validação de seus sentimentos e o ensino de estratégias para lidar com o cyberbullying ou a comparação social são essenciais. Além disso, a promoção de conexões reais é insubstituível. Estimular o tempo em família, brincadeiras com amigos no parque, participação em esportes ou atividades de grupo, tudo isso fortalece a sensação de pertencimento e desenvolve habilidades sociais que nenhuma tela pode replicar. Ensinar a capacidade de analisar criticamente o que consomem online, de discernir informações falsas de verdadeiras e de questionar as narrativas expostas, é um poder que os empoderará para o futuro. E, claro, somos o principal modelo. Nossos hábitos digitais como adultos moldam o comportamento de nossos filhos.

A resiliência na era digital é uma construção diária, um conjunto de habilidades que podemos e devemos ensinar. Ao disponibilizar para nossas crianças o otimismo, gratidão e um forte senso de propósito, estamos lhes dando as chaves para não apenas sobreviver, mas para prosperar e construir um futuro significativo. Estamos cultivando mentes e corações fortes, capazes de usar a tecnologia a seu favor, sem serem por ela dominados.

A felicidade que inspira está na capacidade de enfrentar os desafios com coragem e esperança. É tempo de guiar nossas crianças e jovens, com as ferramentas da Psicologia Positiva, para que floresçam em qualquer ambiente, seja ele real ou virtual. O futuro pertence àqueles que sabem se adaptar, aprender e manter a chama de seu propósito acesa. E se você deseja aprofundar-se ainda mais nessas estratégias e fazer a diferença na vida de uma criança ou adolescente, acompanhe as próximas edições da nossa coluna. A construção de uma geração mais resiliente e feliz já começou!


Por Daniela Devides, especialista em Educação Socioemocional

e Psicologia Positiva, pós-graduada pela PUCRS, escritora,

palestrante, mantenedora do Colégio Degrau de Araçatuba.

 
 
 

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